União Europeia



União Europeia
A UE opera através de um sistema híbrido de instituições supranacionais independentes e de decisões intergovernamentais feitas e negociadas pelos Estados-membros. As mais importantes instituições da UE são a Comissão Europeia, o Conselho da União Europeia, o Conselho Europeu, o Tribunal de Justiça da União Europeia e o Banco Central Europeu. O Parlamento Europeu é eleito a cada cinco anos pelos cidadãos da UE.
A UE tem desenvolvido um mercado comum através de um sistema padronizado de leis que se aplicam a todos os Estados-membros. No Espaço Schengen (que inclui membros e não membros da UE) os controlos de passaporte foram abolidos. As políticas da UE têm por objetivo assegurar a livre circulação de pessoas, bens, serviços e capitais, legislar assuntos comuns na justiça e manter políticas comuns de comércio, agricultura, pesca e desenvolvimento regional.[16] A união monetária, a Zona Euro, foi criada em 1999 e é atualmente composta por 17 Estados-membros. Através da Política Externa e de Segurança Comum, a UE desenvolveu um papel limitado nas relações externas e de defesa. Missões diplomáticas permanentes foram estabelecidas em todo o mundo e a UE é representada nas Nações Unidas, na Organização Mundial do Comércio (OMC), no G8 e no G-20.
Em 2012, a União Europeia foi laureada com o Nobel da Paz, entregue pelo Comité Nobel norueguês "por mais de seis décadas contribuindo para o avanço da paz e da reconciliação, democracia e direitos humanos na Europa". No anúncio do prémio, o Comité referiu que «o terrível sofrimento sofrido durante a Segunda Guerra Mundial provou a necessidade de uma nova Europa. (...) Hoje, uma guerra entre a França e a Alemanha é impensável. Isto mostra que, através da boa vontade e construção de confiança mútua, inimigos históricos podem transformar-se em aliados.
Com uma população total de mais de 500 milhões de pessoas, o que representa 7,3% da população mundial a UE gerou um produto interno bruto (PIB) de 12,2 mil milhões de euros em 2010, o que representa cerca de 20% do PIB global, medido em termos de paridade do poder de compra.
História
Após o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a Europa encontrava-se arruinada. A Alemanha estava destruída, em termos de vida humana e danos materiais. A França e Reino Unido, embora vencedoras frente à Alemanha no conflito, também tiveram perdas (menores que a Alemanha) que afetaram gravemente suas economias e seus prestígios a nível mundial. A declaração de guerra da França e do Reino Unido à Alemanha Nazista ocorreu em setembro de 1939. Uma vez que o conflito teve fim na Europa em 8 de maio de 1945, o regime alemão foi o responsável pelo início da guerra, já que sua política expansionista havia levado o país a ocupar e em alguns casos a anexar territórios de outros países europeus. A Alemanha, que perdeu parte considerável de seu território antes da guerra, foi ocupada por exércitos estrangeiros que dividiram o país em quatro partes.
Em anos posteriores, os ressentimentos e a desconfiança entre as nações europeias dificultavam uma reconciliação. Nesse contexto, o ministro francês das Relações Exteriores, Robert Schuman, defendeu decididamente a criação da Alemanha Ocidental, resultando na união de três zonas de ocupação controladas pelas democracias ocidentais, deixando de lado a zona ocupada pela União Soviética. Schuman, de origem germano-luxemburguesa, possuía três nacionalidades (francesa, alemã e luxemburguesa) durante diferentes momentos de sua vida. Isso lhe fez compreender a complexidade dos conflitos europeus e o desenvolvimento pronto de um interesse pela unificação europeia.
No dia 9 de maio de 1950, cinco anos após a rendição do regime nazista, Schuman lançou um apelo à Alemanha Ocidental e aos países europeus que desejassem para que se submetessem a uma única autoridade comum em manejo de suas respectivas produções de aço e carvão. Este discurso, conhecido como Declaração Schuman, foi acolhido de maneira díspar dentro dos governos europeus e marcou o início da construção europeia, ao ser a primeira proposta oficial concreta de integração na Europa. Isto consistia em submeter as produções indispensáveis da indústria armamentista a uma única autoridade. Os países que participaram desta organização encontrariam uma grande dificuldade caso acontecesse uma guerra entre eles.
A declaração marcou o início de uma integração entre os estados nacionais europeus com um movimento em contraposição à tendência nacionalista anterior e às tensas rivalidades ocasionadas entre os estados da Europa. Esta nova realidade foi propiciada em grande medida pelo tradicional fim da hegemonia europeia sobre o mundo após a Segunda Guerra, que conscientizou os europeus de sua própria debilidade ante o surgimento de duas novas superpotências, Estados Unidos e União Soviética, que possuíam um poder superior ao do heterogêneo grupo de países europeus. Ademais, as consequências do conflito favoreceram aos cidadãos europeus o desejo de criar um continente mais livre e justo à medida que as relações entre países iam se desenvolvendo de forma pacífica, para evitar por todos os meios um novo enfrentamento entre os países europeus.

Constituição

A União Europeia esta constituida por 27 Estados soberanos: Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, República Checa, Dinamarca, Estónia, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos, Polónia, Portugal, Roménia, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Suécia e Reino Unido.
Os membros da União tem crescido a partir dos seis Estados-membros fundadores - Bélgica, França, Alemanha (então Ocidental), Itália, Luxemburgo e Países Baixos - até os atuais 27 membros, agrupados por sucessivos alargamentos, quando esses países aderiram aos tratados e ao fazê-lo, agruparam a sua soberania em troca de representação nas instituições do bloco. Para aderir à UE, um país tem de cumprir os critérios de Copenhaga, definidos no Conselho Europeu de Copenhaga, em 1993. Estes requerem uma democracia estável, que respeite os direitos humanos e o Estado de direito; uma economia de mercado capaz de concorrer na UE e a aceitação das obrigações de adesão, incluindo a legislação da UE. A avaliação do cumprimento desses critérios por um país é de responsabilidade do Conselho Europeu. Nenhum Estado-membro já chegou a deixar a União, embora a Gronelândia (uma província autónoma da Dinamarca) tenha se retirado em 1985. O Tratado de Lisboa agora fornece um cláusula que lida com a forma como um membro pode deixar a UE.

Há cinco países candidatos oficiais à adesão ao bloco europeu: a Croácia (que completou as condições necessárias e as negociações e está prestes a se tornar um membro da UE, no verão de 2013), Islândia, Macedónia, Montenegro e Turquia. Albânia, Bósnia e Herzegovina e Sérvia são oficialmente reconhecidos como potenciais candidatos. O Kosovo também é listado como um potencial candidato, mas a Comissão Europeia não o considera como um país independente porque nem todos os Estados-membros o reconhecem como tal, separado da Sérvia.
Quatro países, que não são membros da UE, que formam a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA sigla em inglês) têm, em parte, comprometimentos com a economia e os regulamentos da UE: Islândia (país candidato à adesão à UE), Liechtenstein e a Noruega são uma parte do mercado único, através do Espaço Económico Europeu, e a Suíça tem laços similares por meio de tratados bilaterais. As relações dos microestados europeus (Andorra, Mônaco, São Marino e o Vaticano) com a UE incluem o uso do euro e de outras áreas de cooperação.
Objetivos da União Europeia
- Promover a unidade política e econômica da Europa;
- Melhorar as condições de vida e de trabalho dos cidadãos europeus;
- Melhorar as condições de livre comércio entre os países membros;
- Reduzir as desigualdades sociais e econômicas entre as regiões;
- Fomentar o desenvolvimento econômico dos países em fase de crescimento;
- Proporcionar um ambiente de paz, harmonia e equilíbrio na Europa.
Influência em África e no mundo
A influência da União Europeia na esfera mundial não cessa de aumentar. O processo de integração, o lançamento do euro e o progressivo desenvolvimento de uma Política Externa e de Segurança Comum conferem hoje, à UE um estatuto político e diplomático de igualar o seu indubitável poderio económico e comercial.
A União tem vários objectivos estratégicos em matéria de politica externa, dos quais o principal consiste em construir uma Europa estável com uma voz forte no mundo. Os recentes conflitos armados na Bósnia e no Kosovo e os combates sangrentos na Chechénia vieram sublinhar o quão importante é assegurar a paz, a democracia e o respeito pelos direitos humanos em toda a Europa. O processo de alargamento poderá ajudar à concretização deste objectivo, ao criar um mercado interno de mais de 500 milhões de consumidores e ao pôr fim ás lendárias divisões da Europa.
Na qualidade de maior parceiro mundial do mundo, a UE afirma-se igualmente determinada a preservar a sua competitividade internacional, ao mesmo tempo que promove o comércio global através da crescente liberalização das normas de comércio mundiais, processo este que considera vir a beneficiar especialmente os países em desenvolvimento.
Até aqui, as três principais componentes das actividades externas da União – política comercial, ajuda ao desenvolvimento e dimensão política – forneciam-lhe instrumentos consideráveis para uma política externa credível nas arenas diplomática, económica e comercial. Pretende agora reforçar estas capacidades, se e quando necessário, com a possibilidade do recurso à força sempre que os seus interesses vitais estejam em risco, e dar uma resposta mais eficaz a eventuais crises. Não significa isto participar em guerras ou criar um exército europeu. Implica, sim, uma cooperação reforçada entre os Estados – membros da UE na execução de missões humanitárias e de manutenção da paz. Em simultâneo, a União está progressivamente mais envolvida em questões de segurança, assumindo maiores responsabilidades nos processos de manutenção da paz e da estabilidade em partes do mundo próximas das suas próprias esferas de influência.
A política externa não reveste apenas os aspectos relativos ao comércio, segurança e diplomacia. Implica, sim, uma vasta miríade de outras de outras questões, muitas das quais têm repercussões no quotidiano dos cidadãos europeus, e que concorrem para condicionar a estratégia da União Europeia face ao mundo em geral. Entre estas, contam-se a necessidade de combater a disseminação do SIDA e da fome e de gerir os fluxos migratórios, bem como as campanhas contra a droga e o terrorismo.

Influência em África
Tradicionalmente, as relações entre a União Europeia e a África têm dois pontos fulcrais de interesse: a Bacia Mediterrânica e os membros da Convenção de Lomé. No entanto, grande parte por iniciativa de Portugal, esta relação foi recentemente alargada a um nível continental, com a realização da primeira cimeira UE África, no Cairo, em Abril de 2000.
O objectivo desta reunião sem precedentes entre Chefes de Estado e de Governo dos dois continentes consistia em reforçar a sensibilização internacional para o importante potencial de África, incentivar a sua integração na economia mundial e construir uma parceria estratégica para promover a paz, a democracia e o desenvolvimento. Ainda que as atenções da reunião se tenham concentrado na inter-relação entre as questões politicas, económicas e de desenvolvimento, incidiu igualmente na redução da divida internacional, da qual cerca de 80% dos beneficiários são países africanos.
No futuro, a cooperação será, em parte determinada pelo plano de acção adoptado na cimeira, o qual incidirá num processo reforçado de integração regional e em formas de garantir um ambiente sólido e isento de corrupção, capaz de atrair investimento estrangeiro. Através de uma melhor gestão das crises e das capacidades de manutenção da paz, trata-se de encontrar meios de pôr termo a conflitos intra e entre países, os quais podem, em poucas semanas, destruir vidas e os esforços investidos ao longo dos anos na promoção do desenvolvimento económico.
*  A União exerce maior influência na cena mundial quando fala a uma só voz em questões internacionais. As negociações comerciais constituem um bom exemplo.
* Na área da defesa, cada país da UE, independentemente de ser membro da NATO ou de ter um estatuto de neutralidade, mantém plena soberania. No entanto, os Estados-Membros estão a desenvolver uma cooperação militar em missões de manutenção de paz.
* Por razões históricas e de proximidade geográfica, o Sul do Mediterrâneo e a África merecem uma atenção especial por parte da UE (políticas de ajuda ao desenvolvimento, preferências comerciais, ajuda alimentar, direitos humanos).
Em termos económicos, comerciais e monetários, a União Europeia já atingiu o estatuto de grande potência mundial. Todavia, houve quem a descrevesse como um gigante económico, mas um anão político. Um exagero. A UE exerce uma influência considerável em organizações internacionais como a Organização Mundial do Comércio (OMC) e os organismos especializados da Organização das Nações Unidas (ONU), bem como em cimeiras mundiais sobre o ambiente e o desenvolvimento.
Postado por: António Manuel Mateus
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